Riscos à saúde perinatal em recém-nascidos de mães imigrantes em um hospital público
Resumo
Objetivo: Comparar as características perinatais de recém-nascidos atendidos em um hospital público durante o período de 2017 a 2019, de acordo com o país de origem. Material e Métodos: Foram analisados dados de recém-nascidos provenientes de um hospital público de segundo nível, com um total de 9.853 registros, dos quais 4,91% (484/9.369) eram filhos de mães imigrantes. Foram avaliadas a nacionalidade, idade materna, idade gestacional, tipo de parto, características antropométricas, sexo, escore de Apgar, malformações congênitas, tempo de clampeamento do cordão umbilical e aleitamento precoce. Resultados: As mães imigrantes eram mais jovens, com média de 26,6 ± 0,26 anos, em comparação com 28,8 ± 0,07 anos (p=0,001), e seus recém-nascidos apresentaram menor peso ao nascer (3.238,8 g ± 25,2 vs. 3.364,7 g ± 6,0; p=0,001), menor estatura (48,9 cm ± 0,122 vs. 49,3 cm ± 0,028; p=0,001) e índice de Miller-Hassanein inferior (1,42 ± 0,003 vs. 1,44 ± 0,004; p=0,331). Os filhos das imigrantes tiveram maior frequência de partos cesáreos (56,6% vs. 50,3%; p=0,006; IC95%: 1,07–1,52), menor clampeamento tardio do cordão umbilical (63,3% vs. 59,1%; p=0,048; OR: 1,21; IC95%: 1,00–1,46) e menor frequência de aleitamento materno precoce (35,7% vs. 39,8%; p=0,072; OR: 1,18; IC95%: 0,98–1,14). Observou-se também maior proporção de baixo peso ao nascer (7,4% vs. 6,8%; p=0,014) e de restrição simétrica do crescimento (15,9% vs. 11,3%; p=0,014). Não foram observadas diferenças quanto ao sexo (p=0,470), presença de malformações congênitas (p=0,990), prematuridade (p=0,413) ou asfixia perinatal (p=0,140). Conclusões: Os filhos de mães imigrantes apresentam características que sugerem maior risco para a saúde perinatal.
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Referências
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