Violência obstétrica: Uma revisão sistemática sob a perspectiva de mulheres e profissionais de saúde

Resumo

Objetivo: Analisar as evidências científicas disponíveis em relação às ações específicas durante o trabalho de parto e o puerpério que são percebidas como violência obstétrica sob a perspectiva de gestantes, multíparas, puérperas e profissionais da área da saúde. Materiais e métodos: Realizou-se uma revisão sistemática de artigos publicados entre 2013 e 2023 nas bases PubMed, EBSCO, LILACS e SciELO, em inglês, espanhol e português. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada por meio da escala CASPe. Resultados: Foram incluídos 36 artigos. Os achados revelaram que, na perspectiva das usuárias, as ações de violência obstétrica mais frequentes incluíram a violência verbal, a manobra de Kristeller, a episiotomia, os procedimentos sem consentimento, a proibição de acompanhante e a discriminação. Os profissionais, por sua vez, identificaram a violência verbal, a manobra de Kristeller e a episiotomia como as ações mais recorrentes. Evidenciaram-se discrepâncias significativas na percepção da violência obstétrica entre os dois grupos. Conclusão: As evidências confirmam que a violência obstétrica persiste em múltiplas formas durante o parto e o puerpério, com discrepâncias significativas em sua percepção entre mulheres e profissionais da saúde.